Fim do IVA Zero: como ajudar os trabalhadores a enfrentar o regresso dos preços normais?

Ao fim de cerca de nove meses terminou o chamado IVA Zero – uma das medidas que o Governo promoveu para que o aumento do preço de bens essenciais não pesasse tanto na carteira dos portugueses. Como podem os trabalhadores reduzir o impacto do regresso dos preços normais?
Enquanto o IVA Zero esteve em vigor, dezenas de produtos considerados essenciais estiveram isentos do pagamento deste imposto. Assim, as famílias sentiram menos o aumento dos preços provocado pela guerra na Ucrânia.
Embora tenham sido anunciadas medidas de apoio para as famílias mais carenciadas, para a generalidade da população o fim do IVA Zero, a partir de 5 de janeiro de 2024, vai notar-se na carteira. Na mesma semana em que terminou o IVA Zero, o preço do cabaz alimentar básico, monitorizado pela DECO, atingiu o valor mais alto desde o início da medida, o que revela que os preços não têm baixado. Ou seja, comprar os alimentos básicos continua a custar cada vez mais dinheiro, o que vai ser agravado com o regresso do IVA normal.
Subsídio de refeição pode reforçar poder de compra
Segundo alguns estudos, a alimentação é uma das áreas onde os portugueses estão dispostos a cortar. Mas é fundamental que, mesmo com cortes, as famílias continuem a ter rendimento suficiente para uma alimentação adequada.
As empresas podem ter um papel social importante neste período de crise. O pagamento do subsídio de refeição em cartão implica que o valor só pode ser gasto em produtos alimentares. Desta forma, há sempre uma reserva de rendimento para comprar alimentos. Por outro lado, o pagamento em cartão permite aos trabalhadores pagar menos imposto, e dá às empresas alguns benefícios fiscais. Ou seja, ambos ganham, e o trabalhador vê o seu rendimento aumentar sem que a empresa tenha mais custos.