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O ecossistema dos títulos de refeição

Quem faz parte do ecossistema dos títulos de refeição?

Os títulos de refeição movimentam uma série de entidades e pessoas muito para além dos trabalhadores que deles beneficiam de forma mais direta. Podemos enquadrar estes chamados “stakeholders” – isto é, pessoas que partilham um interesse e são de alguma forma afetadas – em cinco grupos. Mostramos de seguida de que forma cada um deles participa, como se relacionam entre si e quais as vantagens que têm.

Empresas

As empresas que optam por sistemas de título de refeição criam, para os seus trabalhadores, uma oferta de benefícios mais atrativa. São elas as responsáveis por atribuir este benefício e distribuí-lo aos trabalhadores, recorrendo aos serviços das empresas que os emitem. O título de refeição é uma garantia de que os trabalhadores têm acesso a uma alimentação adequada e equilibrada. Assim, as empresas conseguem um maior bem-estar no local de trabalho e uma maior produtividade. Além disso, as empresas têm benefícios fiscais se adotarem um sistema de títulos de refeição, o que lhes traz óbvias vantagens financeiras.

Trabalhadores

Os trabalhadores são os principais beneficiários dos sistemas de títulos de refeição atribuídos pelas empresas. Para já, porque usufruem deles de forma direta, no seu dia-a-dia. Os títulos de refeição contribuem para que tenham acesso a uma alimentação adequada, em boas condições de higiene, de forma simples, conveniente e confortável. Há, assim, todo um aumento da saúde e da qualidade de vida de quem recebe este benefício. Por outro lado, como o pagamento em título de refeição (em vez de sob a forma de dinheiro) tem benefícios fiscais para o trabalhador, acaba por haver um aumento do rendimento disponível. Os trabalhadores estabelecem uma relação direta com os comerciantes que fazem parte da rede, ao trocarem os títulos por alimentos e refeições, contribuindo assim para dinamizar a economia local.

Comerciantes

Outro grupo que beneficia grandemente do sistema de títulos de refeição são os comerciantes. Ao aderir à rede, os proprietários de restaurantes, supermercados e outros espaços comerciais credenciados vêem aumentar não só o número dos seus clientes (os trabalhadores que consomem nos seus estabelecimentos), mas também a frequência e a regularidade do consumo. Os títulos de refeição, além disso, funcionam de forma simples e transparente para o comércio, facilitando as transações e reduzindo os custos. As empresas emissoras dos títulos são responsáveis por reembolsar aos comerciantes o valor da despesa feita através dos títulos de refeição. Este fenómeno de crescimento do volume de negócios e de fidelização dos clientes acaba por dinamizar a economia local. Em 2017, o valor total dos títulos de refeição emitidos em Portugal foi de 1300 milhões de euros; trata-se de dinheiro que é gasto exclusivamente no consumo feito nestes locais.

Empresas emissoras de títulos de refeição

Estas empresas são, no fundo, quem operacionaliza o processo de emissão e gestão dos cartões e garante que o ecossistema funciona. Fornecem o serviço às empresas que atribuem este benefício aos seus trabalhadores. Falamos aqui tanto da emissão dos cartões físicos, como da implementação da tecnologia que permite depois utilizá-los. As empresas garantem que o sistema funciona, que é feito o reporte fiscal adequado, divulgam a informação necessária para que o cartão seja corretamente utilizado e gerem a rede de estabelecimentos credenciados – os restaurantes, supermercados, etc. onde os trabalhadores podem usar o seu título de refeição. O valor gasto pelos trabalhadores através dos títulos refeição é reembolsado por estas empresas aos comerciantes, fechando o ciclo.

Estado

O Estado, finalmente, é também uma parte interessada no universo dos títulos de refeição. Relaciona-se com todos os outros intervenientes e acaba por colher vantagens por várias vias. Primeiro, e duma forma menos quantificável, pelo aumento do bem-estar social. Ao beneficiar os trabalhadores, o título de refeição é um instrumento que ajuda o Estado a cumprir a sua missão de garantir a qualidade de vida e, em particular, a saúde dos cidadãos. O crescimento do emprego é outro efeito importante: os títulos de refeição criam condições para a estabilidade e o crescimento dos negócios da área alimentar que fazem parte da rede, e estes acabam por empregar mais pessoas. Por fim, o crescimento da atividade económica permite ao Estado ter mais receita fiscal. Os comerciantes faturam mais graças à fidelização dos clientes que recebem os títulos de refeição. Toda esta faturação através de títulos torna o dinheiro rastreável: diminui a economia informal, aumenta a justiça da distribuição da carga fiscal.