Cartão refeição: um aliado para fazer face à subida dos preços
Se costuma fazer compras, é certo que já se deu conta da subida dos preços dos bens alimentares básicos, como o arroz, azeite, leite, batatas, cenouras, carne ou peixe. Mas quanto, exatamente, é que foi esta subida e como pesa na sua carteira?
Contas feitas ao custo do cabaz alimentar básico
A guerra na Ucrânia é apontada como o principal causador, no último ano, da subida da inflação, que se reflete nos preços dos alimentos que consumimos.
No final de 2022, o Banco de Portugal divulgou que o custo mensal médio de um cabaz básico de consumo alimentar para um adulto era, em outubro, 21% mais elevado do que no mesmo mês de 2021. (Consultar aqui)
Em fevereiro de 2023, a DECO fez as contas e concluiu que o cabaz básico de 63 alimentos custava mais 24,52%. Ou seja, para comprar os mesmos produtos, os portugueses têm de pagar 228,6 euros, em vez dos 183,6 que pagavam em fevereiro de 2022, um aumento de 45 euros (ver análise da DECO).
Na lista de produtos que mais aumentaram percentualmente, temos por exemplo a polpa de tomate, o arroz carolino, o carapau e a couve coração, todos com subidas de preço acima dos 70%.
Muitos outros produtos de consumo diário tiveram também aumentos significativos, quando comparamos fevereiro de 2023 com fevereiro de 2022:
Fevereiro de 2022 | Fevereiro de 2023 | |
Leite UHT Meio Gordo | 0,97 | 1,26 |
Pacote de manteiga | 2,38 | 2,91 |
Ovos | 1,62 | 2,04 |
Arroz agulha | 1,60 | 1,93 |
Cebolas | 1,56 | 2,07 |
O cartão refeição: para que cada euro conte ainda mais
O subsídio de refeição pago em cartão é um aliado nestes momentos em que se torna mais difícil assegurar uma alimentação adequada e em que os preços de outros produtos e serviços, como transportes ou casa, também complicam o orçamento familiar.
Por um lado, o valor que o trabalhador recebe no cartão destina-se exclusivamente a despesas com alimentos. Está assim assegurada uma reserva para a alimentação, fundamental para a saúde e bem-estar individuais.
Por outro lado, ao receber o subsídio de refeição em cartão, o trabalhador poupa nos impostos, ficando com mais dinheiro ao final do mês. Em 2022, o valor máximo isento de IRS subiu para os trabalhadores que recebem o subsídio em cartão, devido à atualização do valor de referência da função pública (ver este artigo). Até aos 8,32 euros de subsídio diário, quando o pagamento é feito em cartão, não se pagam taxas. Isto traduz-se num ganho de 241,61 euros por ano para o trabalhador.
Para as empresas, há também benefícios. A alimentação adequada dos trabalhadores é, desde logo, fundamental para garantir o seu bem-estar e a qualidade do trabalho. Do ponto de vista financeiro, as empresas reduzem os seus encargos se optarem por pagar em títulos, poupando quase 1800 euros anuais por trabalhador (ver base de cálculo neste artigo).