Como crescer com mais igualdade? Estudo mostra papel dos vouchers de alimentação
Nos últimos anos, a economia europeia foi sujeita a muitos desafios, com impacto direto no poder de compra e no bem-estar das populações. Um estudo do Banco Mundial mostra como os vouchers alimentares podem ajudar a um crescimento mais justo.
Os conflitos internacionais e a incerteza política vão continuar, nos próximos anos, a impor aos países europeus (e não só) um cenário de dificuldades económicas. Além da ‘dieta’ no crescimento das economias, há também a pressão nos preços de bens e serviços e na inflação, tal como se tem feito sentir nos últimos anos.
Isto acontece quando ainda não foi possível recuperar os níveis salariais de antes da pandemia Covid-19. A perda de poder de compra nos últimos anos e o clima de incerteza atingem sobretudo os grupos mais desfavorecidos. Este é o cenário analisado num estudo do Banco Mundial, de dezembro de 2024 (A Path to Inclusive Growth in the EU amid Inflation and Fiscal Constraints Part 1).
O estudo debruçou-se sobre as medidas tomadas em alguns países da União Europeia e o efeito que estas tiveram na redução do impacto da subida de preços – em especial, no que toca à capacidade de as populações manterem uma alimentação adequada.
Entre estas medidas, encontram-se os programas de distribuição de vouchers alimentares (como na Roménia) e o apoio à utilização de vouchers de refeição como complemento extrassalarial por parte das empresas (caso da Bulgária). Esta revelou-se uma medida comprovadamente eficaz para dar resposta às necessidades imediatas dos trabalhadores. Por ser também direcionada a grupos específicos, acaba por beneficiar precisamente aqueles grupos que dela necessitam (ao contrário de medidas mais universais de controlo de preços, que muitas vezes beneficiam de igual forma pessoas com rendimentos baixos e pessoas com rendimentos altos).
Os programas analisados neste estudo são, assim, exemplos de como os vouchers alimentares, ao garantirem um valor mínimo destinado à alimentação, ajudam as famílias a manter o seu nível de vida, sem comprometer o rendimento disponível para outros bens e serviços essenciais.
