Energia: um desafio que começa hoje
Até 2030, os estados-membros da ONU querem assegurar o acesso universal a serviços de energia modernos, fiáveis e a preços acessíveis. Como podemos chegar lá?
Os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU estabelecem uma agenda e compromissos ambiciosos. Um deles foca-se na energia que usamos. Mesmo quando as infra-estruturas para conseguir energias limpas já são parte considerável da produção total, nem sempre é fácil que os consumidores – pessoas individuais e empresas – façam as adaptações necessárias.
Ser sustentável – a que preço?
Damos um exemplo: a instalação de sistemas de aquecimento que sejam eficientes do ponto de vista energético acarreta custos que nem todos conseguem suportar. Pode ser necessário um equipamento novo, ou obras para adaptar o espaço. O problema agrava-se nos países em desenvolvimento. Mesmo que as pessoas sejam sensíveis à necessidade de mudar, nem sempre podem pagar esse preço.
Como se criam as condições para que todos possam agir para alcançar este ODS?
Uma das formas de promover serviços e produtos mais sustentáveis é apoiar financeiramente o seu consumo. Um dos casos onde isso é feito é a Bélgica, onde foi lançado em 2009 um eco-voucher. Este é um benefício extrassalarial atribuído pelas empresas aos seus trabalhadores. Destina-se à compra, por exemplo, de bicicletas, baterias recarregáveis, móveis produzidos de forma sustentável, eletrodomésticos eficientes, serviços de reparação, etc. A sua aplicação é muito alargada, indo da oficina até ao supermercado, e os bons resultados fazem dele uma referência internacional. Tal como outros benefícios sociais, está isento do pagamento de IRS e TSU, até ao limite atual definido.
Dicas simples para um consumo energético mais sustentável
Em Portugal não existe ainda um eco-voucher, mas isso não impede que tenhamos atenção às alternativas energéticas mais eficientes quando fazemos as nossas escolhas no dia-a-dia.
Deixamos aqui alguns exemplos de opções que pode desde já considerar:
- Eletrodomésticos de baixo consumo: é verdade que são normalmente mais caros; mas também são mais duráveis, portanto o investimento inicial acaba por compensar ao fim de algum tempo (e ainda poupa na eletricidade).
- Telemóveis e outros equipamentos recondicionados: o custo ambiental de produção de um telemóvel é elevado. Os aparelhos usados e recondicionados dão garantias de qualidade e são vendidos a preço mais baixo.
- Lâmpadas economizadoras: tal como os eletrodomésticos, embora sejam mais caras acabam por consumir menos, o que se reflete nas contas de eletricidade a pagar ao fim do mês.