Subsídio de refeição ajuda a criar emprego

O impacto do subsídio de refeição sente-se em várias áreas da economia. Ao criar um rendimento extra para os trabalhadores, gera-se uma onda de efeitos positivos, entre os quais se encontram a redução do desemprego e a criação de novos empregos, sobretudo no comércio de retalho e na restauração.
Este impacto foi analisado em detalhe pelo economista Jorge Bravo no seu estudo Impacto Económico, Social e Orçamental da Titularização do Subsídio de Refeição em Portugal, publicado em 2024. Partindo de uma série de cenários distintos, que tinham em conta diferentes valores do subsídio de refeição, limites de isenção de pagamento de IRS, número de trabalhadores a receber o valor em cartão em vez de dinheiro, etc., o autor concluiu que não só há um impacto positivo no emprego, gerado pelo pagamento do subsídio em cartão, como o efeito é tanto maior quanto mais trabalhadores receberem o valor em cartão.
Este impacto faz-se sentir sobretudo nos setores que prestam o tipo de serviços a que se destina o subsídio: o comércio a retalho (onde os consumidores compram os produtos alimentares) e a restauração.
Deixamos aqui alguns números que mostram o impacto positivo do pagamento em cartão (em vez de dinheiro):
- Por cada 23 trabalhadores que recebem o subsídio de refeição em cartão, é gerado um novo emprego (direto ou indireto)
- No total, são criados 67357 postos de trabalho (1,37% da população portuguesa empregada no final de 2022)
- A redução do desemprego é de 1,28%
- Este cenário permite uma poupança de 406,9 milhões de euros em subsídios de desemprego
Uma nota adicional: a redução do desemprego, nestes setores, pode ser particularmente importante nos jovens e nos desempregados de longa duração, dois grupos particularmente frágeis.