Cabaz alimentar volta a subir: como lidar com a instabilidade do preço dos alimentos?

A inflação abrandou em agosto, mas o custo do cabaz alimentar – um conjunto de produtos alimentares considerados básicos, monitorizados pela associação DECO – voltou a aumentar nos últimos dias de setembro de 2024. Ou seja, as contas continuam difíceis para os trabalhadores, cujo rendimento não acompanha estas subidas.
No final de setembro de 2022, o cabaz alimentar definido pela DECO tinha um preço de pouco mais de 210 euros. Pela mesma altura de 2023, o valor subira para os 217 euros e, passado um ano, chega aos 228. Os efeitos da guerra na Ucrânia, com o aumento dos preços da energia a afetar a produção e distribuição de alimentos, continuam, pois, a sentir-se.
Ainda assim, a tendência geral de 2024 tem sido de descida e o cenário é melhor do que no início do ano: agora, os consumidores pagam menos 7,79 euros (menos 3,30%) pela mesma cesta de bens alimentares essenciais.
Esta instabilidade obriga muitas vezes os trabalhadores a alguma ginástica orçamental, que inclui abdicar de produtos importantes para uma alimentação saudável. Segundo o barómetro do programa FOOD, a alimentação é uma das áreas em que os portugueses mais facilmente fazem cortes, quando o dinheiro não chega.
Subsídio de refeição: uma reserva de segurança alimentar
Este cenário torna ainda mais importante o subsídio de refeição atribuído pelas empresas: este valor, quando é pago em cartão, só pode ser gasto na alimentação, e acaba por ser um fundo de reserva. Garante que os trabalhadores têm um rendimento mínimo destinado à alimentação, com impacto direto na sua saúde física e mental. A isenção de pagamento de IRS e de taxa de segurança social sobre o valor do subsídio de refeição é um ganho adicional para os trabalhadores, aumentando o rendimento disponível.
As empresas, por seu lado, também têm benefícios fiscais ao optarem pelo pagamento em cartão. Veja neste artigo uma simulação que mostra as vantagens deste benefício social para as empresas e para os trabalhadores.